quarta-feira, 28 de julho de 2010

Off the road: Poeira se escondendo pelos cantos

Olá minha gente,

Em uma semana que teve um início sem muitas expectativas, os ventos vão ficando a nosso favor, e as imperfeições vão vindo à tona. Se encontrar com elas é um momento mito com muita intensidade. Nada se compara a você se ver por dentro, achar o seu navio e navegar no seu mar. Continuem navegando...

Uma canção de Lenine pra vocês.

A.sk,

Marcela B


O que é bonito?

O que é bonito

É o que persegue o infinito
Mas eu não sou
Eu não sou, não...
Eu gosto é do inacabado
O imperfeito, o estragado que dançou
O que dançou...
Eu quero mais erosão
Menos granito
Namorar o zero e o não
Escrever tudo o que desprezo
E desprezar tudo o que acredito
Eu não quero a gravação, não
Eu quero o grito
Que a gente vai, a gente vai
E fica a obra
Mas eu persigo o que falta
Não o que sobra
Eu quero tudo
Que dá e passa
Quero tudo que se despe
Se despede e despedaça

O que é bonito...

domingo, 25 de julho de 2010

Je se sais plus.

Oi minha gente,

Semana merda, fim de semana merda, nada deu certo. Não tive sorrisos, nem lágrimas de alegria. Nem o tango me consola hoje. Mas há de melhorar. Ou pelo menos mudar.

A.sk,

Marcela B


              Pablo,

              Chove sem parar. Parece que o céu decidiu ser nove da noite mais cedo e não se cansa de chorar. Até batou um frio hoje. O vento está em todo lugar. E eu aqui, na penumbra, vendo a chuva e as luzes amarelas da praça, enquanto espero minha carona.
              Pensar cansa, esperar cansa, mas se for pra pensar em você, eu prefiro cansar. Não faz muito tempo que te espero, talvez dê pra esperar mais um pouco. Contanto que você vehna, valerá a pena o frio que estou sentindo agora. A última vez que o vi, você estava triste. Aproveite a minha espera pra se livrar disso também.
             Chega um momento em que a chuva parece querer parar...tomara que isso signifique que você está querendo voltar.

Marcela B

terça-feira, 20 de julho de 2010

Off the road: Saber partir

Oi gente,
Eu conheci essa música no FIG, às 3 da madrugada, num frio filho da puta de 9 graus, em baixo de chuva, na grade, com um vento encanado e com minha irmã de carnaval ao meu lado. 
Um pouco de Móveis Coloniais de Acaju pra vocês.
A,sk

Marcela B.


Adeus

Quando eu vivo esse encontro,

Eu digo adeus
Refaço os meus planos
Pra rimar com os seus

Abandono o que é pronto
E digo adeus
Eu trago os meus sonhos
Pra somar aos seus

E toda vez que vier
Felicidade vai trazer
A cada vez que quiser
Basta a gente querer
Ser desta vez a melhor

E toda vez que vier
Felicidade a mais
A cada vez que quiser
Basta a gente dizer
Só uma vez
Uma só voz

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Nada é para sempre

Olá!

Essa carta que segue surgiu as 4 da madrugada, numa boate, com os pés descalço e os ouvidos surdos.
A,sk

Marcela B

       
          Pablo,

          Permita-me descrever o que vi e senti: a lua lá fora, os pés destroçados, o som lá em baixo, a penumbra nos olhos. O desejo, o brochante. Os conhecidos, os de nunca, os desconhecidos interessantes.           
          Um cigarro, uma tequila, a lua novamente e a sua lembrança. Gritos musicais, muita música e todas as consequências possíveis. A saudade sua, o seu cheiro, os seus olhos e seu sorriso na minha humilde lembrança. Tirar isso de mim?! Prefiro a solidão com minhas lembranças do que o repleto sem elas. Que bom que não sou só, que tenho minhas humildes lembranças e que posso construir novas lembranças com você.
          Só faltou você aqui, comigo. Já me deve algumas, então, trate de quitá-las. Vamos inventar tudo  isso juntos, só pra se distrair...

Beijo,

Marcela B

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Meridiano

Ancore une fois aujourd´hui...

Quase que overdose. Que bom que já nasci louca.
Mais uma carta pro Mário. Não, não me canso.

A,sk
Marcela B.



         Mario,

         É véspera de São João. As fogueiras já queimam lá fora. Hoje, qualquer simpatia é válida. Mas eu só penso no mar, no meu mar e em como sou um navio neste mar, sem dono, sem rumo.
        O calor terrestre da época junina não consegue me prender à terra por muito tempo. Meus pés estão cansados da terra. E os seus pés?!
        Quando nos encontramos pela primeira vez, soube que nos entenderíamos. À muito custo, por razões óbvias, mas nos entenderíamos. E agora, nesses tempos de calor terrestre, o calor que mais me faz falta é o seu. É nessa época que percebo que vinte anos não é nada, que nenhum sentimento acaba, que tudo o que é alcançado já é ultrapassado, que as pessoas se amam em momentos pontuais e, muitas vezes, programados. Hoje São Pedro está triste, talvez ele me entenda.
         No importa si tu me quieres o no, Mario. Você é uma vaidade minha. Uma jura, uma promessa, um perdão. Quiero tus manos en las mias pronto.

Marcela B

Maio, 26

Olá de novo!!!
Tô tentando me atualizar...
Essa carta é de maio, 26.

A,sk

Marcela B

"Aqui levanto solene minha estrofe de mil dedos e faço o juramento: Amo firme, fiel e verdadeiramente"
(Maiakóvski)
    
             Mário,

             É bom compartir coisas inexplicáveis com você.
             Você sabe o quanto inexplicável é a luz do Sol sobre o mar no amanhecer. O cheiro de sal, o vento. Eu lembro da última vez em que sua voz esteve em meu ouvido. Era exatamente assim, no amanhecer.
             Então tive que escrever. Sei que em algum momento você irá ver o mar e sentirá o mesmo que senti: uma paz infinita, uma solidão infinita, uma beleza infinita, amor infinito. Colocarei uma flor no mar pra você, sem chorar, vale, apesar do cansaço.
             Viva os seus sonhos, Mário. Lute por eles. Siga o seu caminho, mesmo que ele não seja junto ao meu.

Marcela B

As portas me fascinam...

Depois de séculos sem aparecer...
Não significa que deixei de escrever!

A,sk,

Marcela B


            Mário,
        
         Hoje me deparei com as luzes amarelas da cidade alta de Olinda, nas suas ruelas com calçamento de pedras, as casas antigas com suas portas cheias de segredos. Algumas luzes solitárias, encontrando com minhas luzes solitárias. Algumas ruelas repletas de gente, algumas tão vazias.
          Eu me sinto assim as vezes, como essas ruelas, com sua luzes amarelas e suas portas atraentes, mas tão vazia. Se você estivesse aqui, talvez eu me sentisse como uma daquelas ruelas repletas de gente ou, pelo menos, a sua rua poderia fazer companhia à minha rua vazia.
          Mas sigo firme e amo verdadeiramente cada momento da minha vida.

Marcela B.